Spirit Photographer Saburo Kono

Olá, pessoas! Estamos de volta com esse blog que tem a mesma frequência das chuvas onde eu moro (semi-árido, daí já viu…).
Pensei primeiramente em me dedicar a uma indicação de uma obra mais profunda que ando lendo nos últimos tempos; contudo, ainda estou digerindo os últimos capítulos e gostaria de dedicar uma análise mais detalhada para a série como um todo. Para evitar deixar o blog sem conteúdo novo ao menos no ritmo semanal, decidi falar sobre um one-shot (mangá de apenas um capítulo, com um número generoso de páginas) que saiu recentemente no leitor on-line da Shonen Jump, o Manga Plus. É um serviço inteiramente gratuito, e disponibliza os últimos capítulos dos mangás que são publicadas na revista, além de conter republicações de séries famosas. Vale a pena conferir (apenas em inglês e espanhol, infelizmente)!

O mangá da vez trata-se do Spirit Photographer Saburo Kono, obra da dupla Posuka Demisu e Kaiu Shirai, que recentemente finalizaram a publicação de The Promised Neverland, aclamado sucesso internacional e que também está sendo lançada no Brasil, através da Panini. Assim como o seu predecessor, Spirit Photographer carrega um tom um tanto sombrio, com pretos carregados e um tema nada leve de se tratar: espíritos que assombram o mundo (como o próprio nome faz indicar).

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A história revolve ao redor de Saburo Kono, um fotógrafo bastante peculiar- e que lembra vagamente o Inspetor Buginganga. Ele especializou-se num nicho bastante particular: fotografar espíritos. Através de seus dons paranormais, se assim pode-se dizer, e também de suas lentes especiais, ele busca as almas que vagam no nosso plano, a fim de dar-lhes um destino. A história tem um quê de detetivesco, pois o fotógrafo tenta descobrir a história por trás dos espíritos atormentados e a razão de eles permanecerem por aqui. Qualquer coisa que eu contar além dessa premissa simples corre o risco de estragar a história, que, apesar de curta, contém suas viradas de tom, típicas da narrativa dos autores.

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Apesar do tom meio depressivo que não combina nada com a pandemia, gostei bastante do one-shot por apresentar um personagem principal tão forte: soturno, altamente suspeito, meio sádico, mas com seus propósitos. Lembrou-me de outro protagonista do mesmo gênero, da obra Neuro, mais um com temática de detetive das trevas. Além dos personagens, sinto que o mundo apresentado nas poucas páginas pode facilmente expandir-se numa obra seriada dentro da antologia, ora carregando histórias curtas, ora numa narrativa mais densa. A conferir o futuro da dupla.


Obs: a seção Diário contém análises curtas de obras que eu li recentemente. Não se assustem se parecer demasiado pequeno!